11 de jul. de 2019

moldura


na janela morta onde habitei
a solidão me emoldurava
eu sem saber de nada.

nada se passava, nada eu via
mas o amor mora no tempo
e o tempo por aqui passou.

e foi de encher os olhos
pois foi de encher a alma.
a luz de outra janela —viva!—
dando sopro e vida aos dias.

daquele tempo só restou a casa
onde eu digo que vivi
fotografia.

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