triste o fracasso
de tentar ingressar
no rol dos fingidores.
depois de fingir amar,
de fingir estar feliz,
de fingir ser triste,
de fingir sua dor,
doeu-lhe fingir.
a ilusão quebrou-lhe a cara,
mas um nariz foi seu salvador.
aquele mesmo que o expôs,
protegeu-lhe e deu-lhe o aval
de brincar sem se ferir.
e brincando de amar,
brincando de estar feliz,
brincando de ser triste,
brincando sua dor,
foi tão convicto quanto
a criança que brinca
de ser astronauta
só pra tocar o céu
sem ter que despencar.
e foi tão poético quanto
o fingidor que sempre despenca
em sua mesma dor.
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