os ventos ressecam tudo
e, para não virarem vidro,
os olhos precisam de carinho
quando faltam boas vistas.
nem que seja
das próprias pálpebras
a afagarem em piscadelas
ou proverem abrigo
em clausura perpétua.
que, cego, já nem escrevo
(não há linhas que orientem
dos versos os passos
em que me fio)
apenas canto (para preencher
os silêncios dos ninguéns),
exibo risos
(pra se tiver
alguém olhando)
e tento ouvir
o inconfundível tilintar
do raro coração que
como esmola
cai.
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