era um louco.
os pés não possuíam lugar.
só dormia quando a noite consentia
(deitando sobre --sim sobre--
sua fraca luz prata).
nunca parava,
mesmo quando era de demorar.
demorando, parecia dançar.
ouvia eclodirem sementes
donas de cada lugar.
por isso dançava.
eu era um louco,
a noite dizia compreender-me
e me chamava “poeta”
e me dava lugar.
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