11 de abr. de 2018

o canto delírico


“dane-se tudo!”
sabia que era amor
e corria e corria e corria
que as pernas tremiam
e valia pois era o amor
e corria e doía e sangrava
e era um ardor mas que justificava
e escorria e caía e mancava
o amor era o algoz na boca promessa
“mentira! era amor, a terra esperada!”
jurava, na plena agonia jurava

e não chegava, chagava, e até enxergava
o mar ser molhado por um pranto prata
e ouvia chamando do mar um canto sirênico
nadava, afogava, nadava e mais nada

e no fim de tudo
tudo danou-se

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