2 de jun. de 2018

sem lugar


era um louco.
os pés não possuíam lugar.
só dormia quando a noite consentia
(deitando sobre --sim sobre--
sua fraca luz prata).

nunca parava,
mesmo quando era de demorar.
demorando, parecia dançar.
ouvia eclodirem sementes
donas de cada lugar.
por isso dançava.

eu era um louco,
a noite dizia compreender-me
e me chamava “poeta”
e me dava lugar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário