27 de jan. de 2019

bendita ave desocasionada


eu apenas exerço buracos,
nunca algo menos digno do que isto.
o futuro, sim, é quem faz
a digníssima colheita dos alcances.

por sua vez, o amor
—esta tão desocasionada ave—
continua sendo aquele muito primoroso
plantador de alturas.

     quanto mais convictas raízes tem,
     mais fluente em metros
     consegue se sagrar.

quem sabe então eu possa estar certo
ao pensar que os buracos na terra
têm lá suas feições de ninho...

pois agora eu quero exercer
—mesmo à visita das ocasiões incertas—
tudo que for a vontade das mudas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário