3 de abr. de 2007

vindita bacana



nas vivendas do umbuzeiro miúdo,
onde a luz é repelida e ocultada,
uma bruxa, um cão e o súdito mudo
vestem branco pra mais nova empreitada

ela ensaia o mais recente projeto:
chicotar mais um dos alvos mortais
com sua vara envenenada em dejeto,
resultado de sua fome voraz

testa a língua laminada em seu servo
-- incapaz de reagir com um 'não' --
e prossegue planejando em qual nervo
vai mirar e disparar seu arpão

ia assim, dissimulada de bem,
solfejando uma divina canção
com a língua que servia também
de tridente emporcalhado do cão

só que, nessa, se deu mal a maldita,
porque a vítima era amada de Deus;
logo, teve que aceitar a vindita
de engolir seus tribunais fariseus

(a imagem é do mestre Osvaldo)

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