16 de dez. de 2007

eu e o tempo



aguarde
e guarde-me em qualquer lugar
em menos de uma hora chegarei aí
e o que restou de mim se reconstituirá
na noite sem ventos
descanso do pranto

pedaços
migalhas que esqueci de mim
lançadas (e perdidas) pelos quatro cantos
colhidas pelas aves que choviam fados
em tempos de nuvens
e seca de alento

se é tarde
conceda-me lavar as mãos
e deixe eu retratar o seu semblante antigo
ainda que coberto por uma erosão
que ao tempo se deve
e que eu consenti

Um comentário:

  1. Anônimo10:19 AM

    achei teus versos lindos e tristes hoje.
    espero que não sejam reflexo de algo triste.
    espero que seja apenas fruto de um momento que se fez triste mas que, em condição de momento, já se foi.
    bjO

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