29 de jan. de 2007

pranto de mulher



até pode fazer tudo o que bem quiser,
mas o único direito que você não tem
é armar essa censura a um pranto de mulher,
às lágrimas choradas pelo teu desdém.

e, veja, não se trata duma vagabunda
que pede teu desprezo para o próprio bem;
nem falo, aqui, também duma pedinte imunda
clamando caridade, sem ter um vintém;

refiro-me, abestado, a quem sempre sofreu
do amor (que ninguém mais conseguirá te dar)
jogado nu'a cadeira da sala de estar,

vivendo da tristeza que lhe anoiteceu.
não digo que se porte tal Édipo Rei,
porém magoar a mãe te faz fora-da-lei.


(a imagem é do ilustríssimo Osvaldo!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário