14 de ago. de 2017

soneto do insensato amor


se milagreiros fossem os meus versos
a ponto tal de, enfim, ganharem vida,
traria a poesia em ti contida
aos meus sentidos tortos e dispersos.

transcreveria o que possível fosse
e um plágio teu --só meu-- construiria:
métricas, rimas e uma alegoria
com cheiro de bebê e o timbre doce.

até tomé, que hoje crê facilmente,
se espantaria, pedindo sinais,
ao deparar-se com a insanidade

de trovador em meus vícios carnais;
e te amaria em papel e deidade
confiando que o milagre não mente.

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