25 de jul. de 2017

praga persistente


foi por um rio que cheguei,
mesmo não tendo rio aqui.
foi dele que desafoguei
tudo que ainda não nasci

na inclemência do chão quente,
deitei-me inteira em cicatriz.
na terra estéril e repelente,
fugi de amar e ser feliz

foi por um fio que fiquei
o amor é praga persistente
cria raízes, força a lei
enxerga rio onde há nascente

2 comentários:

  1. Carlos, lindíssimo!...
    A escolha do eu lírico, perfeita!

    Reli várias vezes! Admiro essa sua capacidade em criar imagens que permitem diferentes (re)leituras!...

    Morrer com essa praga, inevitável e agradável!

    Beijos! =)

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    Respostas
    1. Você me deixa muito feliz com suas palavras, minha querida. Muito mesmo.

      "Morrer com essa praga, inevitável e agradável"! É exatamente isso. O amor vencendo toda secura.

      Um cheiro!

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